segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Estrangeiros fogem da bolsa de Lisboa

Quando um Investor Relations de uma empresa cotada na bolsa de Lisboa vai lá fora vender as suas acções aos investidores estrangeiros, o primeiro
passo é dizer de onde vem.
0 “PowerPoint” começa invariavelmente pela apresentação da economia onde se insere a empresa em questão, enaltecendo os pontos fortes e as potencialidades do País. E só depois é que passa à apresentação da empresa propriamente dita: as virtudes, a estratégia, os dividendos, etc...
Nos dias que correm, os nossos Investor Relations devem ter alguma relutância em apresentarem-se como vindos de Portugal. Primeiro, porque Portugal dispensa apresentações.
0 Pais está nas bocas do mundo e, dia sim, dia não, faz manchete nos jornais de referência internacionais, quase nunca pelas melhores razões. A indisciplina orçamental, o fraco potencial de crescimento, a escassez de financiamento por parte da banca não assentam bem em nenhum “PowerPoint” cujo objectivo seja atrair capital estrangeiro para as empresas nacionais. Por isso, não é de estranhar que os investidores estrangeiros estejam a fugir da bolsa de Lisboa. Em Outubro deste ano, o valor das ordens dadas por estrangeiros sobre acções nacionais caiu para os 1,388 mil milhões de euros, o valor mais baixo desde que há registos por parte da CMVM.
Em Abril deste ano, esse valor era de 6,7 mil milhões. É um sinal claro que a situação macroeconómica de Portugal já está a ter efeitos negativos sobre a capacidade das empresas em atrair investimento estrangeiro.
Não há “PowerPoint” que resista a tanta publicidade negativa. ■

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