Quando um Investor Relations de uma empresa cotada na bolsa de Lisboa vai lá fora vender as suas acções aos investidores estrangeiros, o primeiro
passo é dizer de onde vem.
0 “PowerPoint” começa invariavelmente pela apresentação da economia onde se insere a empresa em questão, enaltecendo os pontos fortes e as potencialidades do País. E só depois é que passa à apresentação da empresa propriamente dita: as virtudes, a estratégia, os dividendos, etc...
Nos dias que correm, os nossos Investor Relations devem ter alguma relutância em apresentarem-se como vindos de Portugal. Primeiro, porque Portugal dispensa apresentações.
0 Pais está nas bocas do mundo e, dia sim, dia não, faz manchete nos jornais de referência internacionais, quase nunca pelas melhores razões. A indisciplina orçamental, o fraco potencial de crescimento, a escassez de financiamento por parte da banca não assentam bem em nenhum “PowerPoint” cujo objectivo seja atrair capital estrangeiro para as empresas nacionais. Por isso, não é de estranhar que os investidores estrangeiros estejam a fugir da bolsa de Lisboa. Em Outubro deste ano, o valor das ordens dadas por estrangeiros sobre acções nacionais caiu para os 1,388 mil milhões de euros, o valor mais baixo desde que há registos por parte da CMVM.
Em Abril deste ano, esse valor era de 6,7 mil milhões. É um sinal claro que a situação macroeconómica de Portugal já está a ter efeitos negativos sobre a capacidade das empresas em atrair investimento estrangeiro.
Não há “PowerPoint” que resista a tanta publicidade negativa. ■
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