segunda-feira, 15 de novembro de 2010

GLOSSÁRIO DA CRISE

Obrigações do Tesouro
São títulos de dívida a médio e longo prazo emitidos pelo Estado que pagam um juro periódico e que, no final, serão reembolsados. O Estado financia-se também por outras vias, como Bilhetes do Tesouro (curto prazo) ou Certificados de Aforro e do Tesouro.

Taxa de Cupão
É a taxa de juro nominal das obrigações. Estes títulos têm um valor nominal sobre o qual é calculado o juro a pagar. Por exemplo, uma obrigação no valor de 1000€, taxa de 10% e juro anual, paga anualmente 100€ a quem a detiver.

Taxa de Rentabilidade(yeld)
É a taxa de rentabilidade das obrigações. Como estes ativos são negociados entre investidores (no mercado secundário), o seu preço varia e pode ficar acima ou abaixo do valor nominal, provocando alterações na rentabilidade. Se a obrigação dos 1000€ for transaccionada, por hipótese, a 900€, a rentabilidade já ronda os 20% em vez dos 10% de cupão (considerando uma obrigação com maturidade de um ano). Quando se diz que os juros estão a subir, significa que a cotação da obrigação está a descer (porque os investidores estão a vender) e que a rentabilidade (yield) está a aumentar.

Mercado primário (emissão)
Refere-se às emissões que o Estado faz, através do Instituto de Gestão do Crédito Público (IGCP), para colocar dívida junto de compradores através de leilão. Quando a taxa (yield) é superior à taxa de cupão significa que os compradores fizeram ofertas pelos títulos abaixo do valor nominal. Assim, uma emissão de €1500 milhões em termos nominais, representa na prática um encaixe inferior.

Mercado secundário
São as transacções efectuadas sobre as obrigações já emitidas. Neste caso, uma subida das yields não afecta directamente os emitentes (como Portugal) mas permite sinalizar o nível de juros que será exigido em emissões futuras.

Incumprimento (default)
Acontece quando um país ou uma empresa não conseguem pagar as dívidas. Em alguns casos pode haver reestruturações(eliminando parte da dívida) ou reescalonamentos (alargamento de prazos). O risco de default, calculado pela CMA Datavision, mede a probabilidade de isso acontecer.

Spread (diferencial)
É a diferença do juro cobrado face a um país considerado seguro - como os EUA ou a Alemanha. É uma medida do risco do país.

Credit default swaps (CDS)
São contratos para protecção contra casos de incumprimento. Um investidor que tenha dívida portuguesa faz um CDS com uma entidade financeira - pelo qual paga um preço que depende do risco da dívida nacional - e, caso Portugal não pague, será ressarcido por essa entidade.

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